quero escrever uma carta, e esta vai ser para ti. tu que nunca a irás ver. tenho a plena noção disso, mas preciso de a escrever como se fosse para ti. conheci-te em plenos dez anos, já lá vão seis. quem diria que te conhecia à tanto tempo. se me perguntassem à quanto tempo te conhecia, diria, com certeza, uns dois. pois foram nesses mesmo dois que te conheci realmente. fomos cada vez mais falando e tendo uma relação, que por ventura, acharia que seria daquelas bem duradouras. mas, tal não aconteceu. nunca vai acontecer com ninguém, certamente não seria contigo que isso iria acontecer. agora, tenho plena noção disso, antes não. e agora, tenho tantas saudades tuas. juro, que tenho. mas, não vou as matar com um machado de abraços ou beijinhos. não, porque deixei de ser assim, desde que tudo se foi desmoronando, tornei-me mais fria - como muito classificam -, eu considero mais sendo uma distância do passado bem acentuada. hoje, não passas de uma grande amiga do passado, não se irá passar nada mais que isso. foste a melhor, tu tens a noção disso, eu sei. desculpa, estou de coração partido, (ainda) te amo e cuida-te amiga. sempre amarelo e elefante, sempre tu.